Altos níveis de constrangimento e desespero, repentinos sinais de retardo mental, súbita amnésia das regras de como se portar diante de outros seres humanos, crises de risos sem sentido, esquecimento da língua portuguesa. Estes são sintomas de uma doença que ataca muitos, porém ainda sem cura: Quedinhas mortalis, conhecida popularmente como “quedinha” de um desfiladeiro por alguém “inalcançável”. Quem nunca, não é mesmo?
Você nunca está pronto para isso e essa pessoa pode aparecer em qualquer lugar: academia, escola, curso, amigos em comum. Sempre vai ter aquele alguém por quem você sente uma atração inexplicável, que você mataria por uma oportunidade com ele(a). Mas justamente quando você já imaginou como seus filhos seriam, aparece a destruidora de lares: a baixa autoestima. Ela vem em forma de voz que sussurra no seu ouvido “Ei, é muita areia pro seu caminhãozinho. Até parece que ele(a) iria querer você”. E fácil assim, os planos do casamento viraram pó.
O pior é que ás vezes até rola um clima, uns risinhos, um flerte, uns elogios aqui e ali. E quando você acha que talvez tenha uma chance, PÁ! “Acorda pra realidade, querida(o), é só brincadeira, nunca que ele(a) iria te dar mole” Essa voz estraga prazeres, antes mesmo de qualquer coisa acontecer ela já te desmotiva.
Algumas vezes não tem jeito mesmo, a pessoa é comprometida ou realmente não quer se envolver com ninguém naquele momento. Mas ai eu pergunto, se a pessoa não se encaixa nessas categorias, se ela é livre e desimpedida e está mostrando interesse, por que nós temos essa necessidade de nos colocarmos tão abaixo de tudo a ponto que seria impossível que este ser (como outro qualquer, diga-se de passagem) sentisse qualquer atração?
O que torna essas pessoas tão inalcançáveis? Isso sequer faz sentido? Pare pra pensar direitinho e você vai ver que não tem lógica. Somos tão humano quanto eles, com defeitos e qualidades, capazes de atrair olhares e gerar interesse. Então, da próxima vez que você sentir uma “quedinha” por alguém, ignore a voz, o que ela diz só se torna verdade quando você dá ouvidos.